quase um ano depois
há tempos estabeleço um texto mental onde descrevo a maneira como tenho me sentido.
as horas passam, os dias também e, inclusive, os sentimentos que me fizeram pensar que deveria voltar aqui e escrever.
a não novidade é a constatação de que esse lugar, por bem ou mal, tornou-se um relicário de tristezas fantasiadas de poesia. uma forma bonita de descrever as dores e registrar o que me atormenta.
a novidade é apenas o fato de não ser mais a pessoa que escreveu o último desabafo. é de se preocupar com tal martírio? não sei. talvez.
os dias carregam consigo um gosto amargo, às vezes. orquestro um turbilhão de sentimentos, flerto com a indiferença e caio no mesmo lugar: a superfície não é minha amiga.
então, na tentativa de não navegar tão fundo e distante, elaboro pensamentos que prometem grande revolução. uma espécie de abaixo assinado, onde todas as assinaturas carregam o mesmo sobrenome, SOCORRO.
quem escreveria tais coisas numa quarta às 3 e quarenta e três (da manhã)?
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nota mental: que as desventuras do meu existir não permeiem sobre aquilo que deve ser livre em essência. que meus monstros não cirandem no quintal da rotina e que a vida suponha que mereço viver bem (ou que eu apenas entenda e execute tal coisa).
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