diferente de quase tudo - igual a quase ninguém

Aos quase 23 anos, boa parte do que se passa na minha cabeça é como será o meu futuro. Sei que não sou um caso típico de nada, tão pouco referência para alguma coisa, ou seja exatamente as duas coisas. Mas acabo me sentindo diferente de quase tudo e igual a quase ninguém. Sim, é isso.



Já passei por aqueles "longos" anos da faculdade, pelo primeiro namoro e primeiro emprego. Já passei pelo divórcio dos meus pais, e pelo fim de algumas "amizades infinitas" também. Alisei o cabelo e assumi o crespo. Raspei a cabeça e comecei a usar óculos com grau. Enfim.

Mas sabe algo que nunca mudou dentro de mim?! A forma como vejo, entendo e participo do mundo. E talvez, seja a partir de agora que você não entenda nada do que vou escrever, ou, se identifique com tudo. Porque afinal de contas, no fundo todo mundo é igual e diferente ao mesmo tempo.

Depois de alguns anos como Blogger, você acaba entrando em uma "linha de criação", mas senti uma vontade de escrever diferente hoje, e creio que no final seja um texto igual aos outros, falando de mim, das minhas experiências, Dele, e como isso tudo te encontra quando lê.

É muita loucura parar de mandar currículo para as empresas, por achar que seu lugar não é dentro de uma?! Ou ainda, necessitar de algo novo e transformações diariamente pois as coisas muito iguais e rotineiras sempre acabam te "enchendo os pacová", pois lá no fundo você se sente muito livre pra ficar presa, muito criativa pra criar todos os dias, ou ainda mais estranho, você sabe que você nasceu para gerar, fazer acontecer (por mais que seja muito gratificante colaborar com outras histórias). Isso é loucura? Sou louca.

É estranho ter sua cerimônia de casamento toda na cabeça pelo menos uns 13 anos antes de casar, e criar situações, emoções, planos e estratégias, mesmo sendo mais uma moça solteira. Ah, e o melhor, não ser nenhum pouco carente, porque você sabe que isso não é carência, é sonho e uma promessa?! Se é estranho, sou estranha.

É bobeira amar muito alguém que conheceu há 24h, sem querer nada em troca, a não ser ter essa pessoa do lado e perguntar se ela dormiu bem?! Se é, sou boba.

Loucura, estranheza e bobeira, talvez seja isso que me compõe. É complicado me explicar ou me fazer entender. Afinal de contas, a peculiaridade que me rodeia é incrível até mesmo pra mim, que a carrego.

Não sei como serão os próximos dias, ou como serão os novos obstáculos. Mas ainda acredito que sou a mais feliz das mulheres, mesmo não sorrindo todos os dias. Sei que no meu império sou rainha e boba da côrte, sou cozinheira e governanta, sou princesa e sou plebeia. 

Um dia nos encontraremos por aí, falaremos das crises existenciais. Falaremos sobre minhas roupas, de como ria alto (rio), de como sei pouco de Bíblia e muito ao mesmo tempo, de como passei quatro anos em uma faculdade ruim. Falaremos sobre meu relacionamento difícil com meu pai, sobre as quatro mosqueteiras, sobre um pastor tatuado e unhas azuis. Falaremos do quanto meu celular é ruim, de como minha conta bancária está vazia, do meu bumbum, barriga e peitos enormes e de como eu nunca desisti de sonhar e viver. Falaremos de como superei meus traumas, venci meus monstros e vivo de dieta e de jejum. Falaremos de como sou um amor e um horror, doce e azeda, boa e má. Falaremos de um Blog com poucos acessos e de um muito famoso. Dos planos de um casamento lindo e memorável, e de como ele demorou e foi rápido até acontecer e nunca acabar, ser pra sempre. Falaremos de mim e de você. De como sou igual e diferente. Falaremos da vida e como nada do que escrevi acima faz sentido. Viveremos.

No final das contas eu e você somos completamente diferentes e completamente iguais a alguém no mundo. Todos passamos por problemas, nos quebrantamos e choramos em oração, ou não. Somos vilãs e mocinhas, pilantras e justiceiras, humanas e santas, estranhas e não, mulheres e meninas, gordas e magras, vivas e mortas, interessantes.

*Esse texto surgiu do resumo de dias incríveis, da dispensa de um freela que rendia uma grana legal, de uma conversa seguida de choro com minha mãe e um texto incrível que li de um amigo bonito que mora nos EUA. Surgiu de um devaneio e uma oração. Do que foi gerado dentro e que agora está sendo colocado pra fora.

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