Deveria, poderia, acharia

Sabe desses dias diferentes (ou iguais)?

Na noite anterior ficou até duas da manhã em uma conversa pelo celular, no domingo foi almoçar na casa da tia que mora 15km de distância, perdeu o culto por morar longe, assistiu os programas chatos dominicais e quase ao fim do dia sentiu saudade de alguém...

Alguém que não conhece (ou sim, conhece), alguém que desperta uma vontade de ser melhor, de amar, de ser e crescer, simplesmente por amar. Alguém que possivelmente você dedicará o resto dos seus dias após dizer um "sim" em frente à uma autoridade religiosa (ou não). Alguém que você não conhece, ou que conversa todos os dias e ainda não percebeu ser "a pessoa". Dessas pessoas que despertam algo estranho que nem mesmo você sabe explicar, descrever e/ou citar. Daí, as palavras surgem rapidinho, formando um versinho, um poema feliz daqueles que escrevemos num papel amassado, amarelo e antigo. As palavras fazem sentido dentro de você, "descordando" com as demais, invadindo um pedaço escuro, esclarecendo as dúvidas e sendo. Sendo amor, sendo vontade, sendo lembrança e rumor. Muda o compasso descompassado de um jovem coração, dilata a pupila, acelera os dedos no teclado e reaquece uma vontade antiga. Sendo ou não sendo, mudando ou não, chegando ou ficando. Deveria, poderia e acharia VOCÊ.

- um poeminha de quem normalmente sonha e ama demais - 

Deveria ser simples, deveria ter mais valor. Deveria.

Poderia ter tido mais sorriso, mais riso, mais tino pra viver.

Acharia um lugar mais claro, uma fresta no seu coração, voaria em um balão, seria você.

Deveria ser simples, deveria ser mais forte, esquecer o medo e reaver as novas amizades.

Poderia ter escrito um livro, engatado uma pós graduação, um óculos de grau bem forte e um óculos de sol bem escuro.

Acharia um motivo além, um desejo, um beijo, um cheiro, uma viagem, um clima mais frio.

Deveria ser sim, ser simples.

Poderia crescer, amadurecer, fazer e ser.

Acharia assim, um motivo.

Deveria, Poderia e acharia VOCÊ.