Aos 27.

Ano passado, ao completar 26 anos, escrevi como eu me sentia. Não reli o texto para escrever esse outro. Apenas lembrei do título, atualizei e quis vir. Bem crua (e nua) dizer como eu me sinto hoje, um dia após completar 27 anos de idade. 

Photo: Alex Perez

Grandes passos foram dados durante esse ciclo e muitas escolhas precisaram ser feitas. Escolhas que mudaram o percurso da minha vida, diga-se de passagem. Eu poderia citar cada uma delas, mas mudaria o intuito do texto. Que não é uma retrospectiva, mas um relato de quem ouviu e viu, o tempo, a vida e as pessoas. Um relato de quem está, sem sombra de dúvidas, cheia de graça e amor.

Perguntei-me o sentido da vida e de viver diversas vezes. Não foi apenas uma ou duas, foram diversas e incontáveis vezes que supliquei um retorno dos céus ou de quem pudesse me ouvir (e responder). Por qual motivo eu existia, porque eu havia nascido com tantos sentimentos, e porque era tão difícil ser eu mesma. E mais, além de ser, assumir ser ao mundo. Bravejei. 

Ontem me surpreendi.
Em uma mesa de restaurante estavam pessoas de todas as épocas e contextos em que estive. Pessoas diferentes e iguais. Pessoas que dedicaram seu tempo para ir até lá e dizer como eu, de alguma forma, havia impactado a vida delas.

Você está sendo observada.
Essa frase nunca se encaixou tanto e fez tanto sentido. Ainda é engraçado, confesso, acreditar que tem uma plateia me assistindo. Me assistindo viver, lutar por aquilo que acredito e penso. Pessoas que são diretamente e indiretamente atingidas por aquilo que antes eu julgava ser meu próprio caos. Pessoas que ontem, aos 27, me disseram: Obrigada

Não é estranho?
Pessoas te agradecendo porque, sem intenção alguma de atingi-las, você as atingiu. E mais, transpassou. Transpassou sendo furacão e ventania. Medo e coragem, paz e caos, luz e breu. Sendo eu mesma e tudo que consigo ser. Nada além disso. 

Com isso, te trago a reflexão de que somos, declaradamente, quem nascemos pra ser. E eu estou falando apenas daquilo que vem de dentro e quase ninguém consegue ver ou discernir. Eu cresci e amadureci até aqui. Lapidei as arestas de uma pedra bruta. A cada dia, sem sombra de dúvidas, aos 27 ou menos ou mais, a missão é viver o que acredito. A missão é ser amor




Se você leu até aqui, obrigada. Gostaria de dizer que o plano da eternidade para as nossas vidas é esse. Sermos humanos e a partir da nossa humanidade, amarmos até não conseguir, cuidar até sucumbir, ser até o fim. Você está sendo observadx! 


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