a incrível façanha

me tornei alguém que não acredita em tudo que é dito por aí e, se aceita um conselho, você também não deveria acreditar em tudo que ouve.


com o passar do tempo ou, desde que nasci, não sei, adquiri a incrível façanha da observação. sei bem de onde isso vem - afinal, tenho observado há bastante tempo. longe dos conceitos de linguagem ou leitura corporal, o sentir me auxiliou e auxilia nesse processo. um pouco árduo, confesso.


tudo começa em um lugar aqui dentro que é deveras peculiar: essa tal de intuição. com isso, aprendi a observar além de falar, observar enquanto falo, observar enquanto me calo. observar tudo e todos.

nas tormentas da vida, acabei misturando essa -incrível- habilidade com uma outra que não me orgulho tanto assim. senhora paranoia.

voltando para o centro (de mim mesma) e longe daquilo que minha cabeça cria, voltei a olhar.
olhar com o rigor da minha própria existência, tudo que sinto ser importante e necessário para a minha própria sobrevivência, interligado à vida em que estou. esta, do dia a dia, rotineira e piegas.

aprendi a olhar para mim mesma.
como quem tem um mapa, cada parte de mim tem uma rota.
quando algo não está bem ou variando dentro das ideias, é perceptível. um desconforto, um furor, uma vergonha, um sentido, uma dor. tudo aqui dentro, latente, vigente, indispensável. 

aprendi meus próprios limites, mesmo que às vezes desandando. soube as particularidades de bárbara e, aos poucos, partilho. como quem partilha um segredo, confesso novamente. 



com o passar do tempo, adquiri a incrível façanha de quer quem sou. sem rótulos além dos que eu mesma elenco. sem medo e com medo (muito medo). sei bem pra onde quero ir - afinal, tenho sido quem sou há tempos.


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um impulso minúsculo para que você, querida pessoa leitora, encontre sua incrível façanha de ser.

como quem abraça um amigo amado, abraços. 



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