ano novo, novo ano

O que seria o Ano Novo? Promessas desmedidas? Mandingas especiais? A simples mudança no calendário é motivo suficiente para mexer com o mais descrente dos corações. Mas onde está o sentido de ter os pés descalços na areia, cercado de abraços incontroláveis? Talvez seja só mística. Talvez algo mais. Faro é que o movimento de faz necessário. Reconhecer partidas para sorrir para novos começos. Tudo novo de novo.



O que seria o Ano Novo? A ilusão de que tudo muda, ou a convicção de que tudo permanece? Seria o cumprimento do tempo em nós, de nós no tempo e o percurso natural de todas as coisas? O Ano Novo começa dia 31, e todos os outros dias dos meses. Em qualquer estação, da primavera ao verão. Talvez o sentido esteja na esperança. A forte e imensurável sensação de que o novo é ontem e hoje, basta escolher. E sobre os encontros e desencontros, a eles também o novo. Minha nova forma de ver cada um deles.

O que seria o Ano Novo? É um desconstruir diário de si. O despertar além do comodismo e do conforto antes sacramentado. É alcançar o tempo e dar as mãos para. É abdicar daquilo que outrora fazia bem, mas que por infelicidade faz mal. Transformar as metas em realizações, sair do que falo e partir para o que posso fazer, o que faço. Enxergar a vida nos outros, pular os muros, descer as montanhas. É viver calmamente, sentindo o gosto da vida. Se amargo ou doce, sentindo. 

Não existe Ano Novo. Existe você de novo, novo. Agridoce, sentimental e atemporal. Porque não importa o dia a ser trocado no papel, a transformação do ser é dentro pra fora.

Existe nós.



*com o querido, Guilherme Moreira

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