(em) balada, coração

Aqui dentro uma orquestra sinfônica, timbalada e batuque de carnaval. O coração faz festa, saltita, palpita, estremece. A alma em mim abocanha o coração, e para si carrega a vida que tenho. 



Há dias que a introspecção me mantém viva. Audivelmente suprida e aconchegada em alguma parte perdida em mim. Na mesma parte onde se esconde o coração, perdido de propósito, foragido da solidão.

Mas não perco o compasso. Transbordo melodias, ainda que em solos silenciosos, para encontrar alguém que já fui. Na morada do hoje, fragmentos. Na ladeira do amanhã, quem sabe, inteiros.

Existirá, talvez, alguém tão sozinho ao ponto de não encontrar em alguém sua própria alma? Existirá, talvez, alguém tão rodeado ao ponto de não reconhecer em si sua própria alma? Talvez exista um pouco de alma em cada um, e aquela parte que nos mantém seja o encontro delas. Do pouco da minha e da sua, completando o corpo que outrora vazio fazia eco. Nossas almas se encontram no mundo, em nós. Nossas almas são nossas, mútuas.

O coração é festa, é palco, luz e cortina. Não se mantém na coxia, não sabe ser coadjuvante. A alma é plural, sintoniza as frequências da vida, do ser.

E contra todos os rumores, sigo. Porque este corpo precisa caminhar, sentir e mergulhar diante das possibilidades. Ajusto, desperto reboliço, e assim, quase sem querer, navego você.

De todas as vozes, cantaram nós. De todas as almas, reencarnaram nós. Um show dividido em atos, onde não existe o simples começo, meio e fim.



Dream A Little Dream Of Me - The Mamas & The Papas



Em uma amável parceria com Guilherme Moreira.

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