Série: Sem Deprê, com Amor - Texto 04: o mergulho
é praticamente imperceptível, confesso.
existiram (e existem) diversos processos dentro do próprio processo de dor.
1. procure um profissional. não desista de encontrar um que seja O MELHOR para você. embora eu tenha conhecido profissionais ótimos, foi o meu atual psicanalista que fez valer a busca;
existiram (e existem) diversos processos dentro do próprio processo de dor.
pic: pinterest - @annararo
demorei bastante tempo para entender o que, como e quando as crises chegavam. e foi a partir da psicanálise que aprofundei a investigação. meu psicanalista SEMPRE perguntou o porque de tudo o que eu falava pra ele. admito que em alguns momentos é bem ruim ser questionada, em outros a gente não sabe qual a resposta, mas em todos os momentos de questionamento: reflexão.
a partir do tratamento, pude perceber que as coisas que eu imaginava que haviam sido causadas por outras pessoas, era apenas o resultado da minha reação às pessoas, à vida. já ouviu pessoas falando:
"nossa, eu passei por tudo o que você passou e não me senti assim."
embora pareça antipático (eu acho essa fala bem "desamorosa", mas isso falamos em outro texto), é real que cada um de nós recebe, percebe e age de maneira diferente.
conscientemente e/ou inconscientemente eu me martirizava, traumatizava, ou não, pelas coisas que recebia. num esquema mental:
vida > eu > vida
a vida trazia o fato, eu recebia e, em seguida, retribuía para a vida o que havia processado.
seria mais ou menos um "ação e reação". só que é o seguinte, estamos falando de uma ação e reação que vai além das leis da física, matemática.
seria mais ou menos um "ação e reação". só que é o seguinte, estamos falando de uma ação e reação que vai além das leis da física, matemática.
não é uma ideia lógica como, encostar em uma panela quente e imediatamente retirar a mão dali. se trata das infinitas possibilidades de ser e estar. graças que Freud explica!
enfim!
voltando à ideia do mergulho...
voltando à ideia do mergulho...
não é todo dia que você está disposta a mergulhar dentro da sua própria mente.
principalmente quando o mergulho vai além dos corais, além da parte clara do mar. há situação em que o mergulho chega a ser tão profundo, tão profundo, que não é possível ver tantas coisas. e é nesse momento que você encontra criaturas muito estranhas no mar. é o momento que você descobre seus próprios monstros e uma coisa que muda todo o rumo do sentir: a responsabilidade sobre aquilo que se sente.
principalmente quando o mergulho vai além dos corais, além da parte clara do mar. há situação em que o mergulho chega a ser tão profundo, tão profundo, que não é possível ver tantas coisas. e é nesse momento que você encontra criaturas muito estranhas no mar. é o momento que você descobre seus próprios monstros e uma coisa que muda todo o rumo do sentir: a responsabilidade sobre aquilo que se sente.
isso é magnífico!
a descoberta que tudo dentro de você existe por um motivo, é muito louca! e o mais louco ainda é entender que MUITO do que se sente é porque você é alguém particular. entender que foi o seu ser que produziu aquele sentir. é você quem traça toda a rota.
a descoberta que tudo dentro de você existe por um motivo, é muito louca! e o mais louco ainda é entender que MUITO do que se sente é porque você é alguém particular. entender que foi o seu ser que produziu aquele sentir. é você quem traça toda a rota.
profissionais da psicologia, peço perdão caso eu esteja dizendo alguma coisa nada a ver. mas descobrir que meu problema de fato nunca foi o meu pai, que não era a forma como ele me tratava, mas a forma como eu idolatrei a minha mãe, mudaram minha vida.
esse com certeza foi o dia em que a terapia mais doeu. o diálogo com meu terapeuta foi mais ou menos dessa forma:
(...)
- você consegue entender o motivo de tudo isso?
acho que sim, meu pai é o vilão e minha mãe a heroína.
- e quem é você?
(silêncio)
eu sou a filha.
(silêncio ainda pior)
- o que uma filha faz?
não sei. mas eu sou a filha que escolheu um vilão por idolatrar a mãe.
foi nesse dia que tudo começou a fazer sentido. eu coloquei a minha mãe em um altar. um altar tão poderoso, que foi capaz de criar em mim, uma arma que anulou o meu pai e "vilanizou" a existência e a participação dele na minha vida.
se posso dar algumas dicas, aqui estão:
1. procure um profissional. não desista de encontrar um que seja O MELHOR para você. embora eu tenha conhecido profissionais ótimos, foi o meu atual psicanalista que fez valer a busca;
2. esteja completamente dispostx a entregar-se ao entendimento. seja curiosx em tudo. não apenas em identificar o que sente e como se sente, mas em procurar cientificamente como a doença acontece, como você reage;
3. respeite o seu corpo, sua mente e sua alma;
4. estabeleça seus próprios objetivos, sem a interferência de quem não sabe tua história;
5. não tenha medo;
5.1. se tiver medo, vai com medo mesmo;
5.1.1. se o medo for forte o bastante para não deixar que você vá, peça que alguém te ajude a ir;
5.2. peça ajuda antes de sentir medo;
6. perceba a vida além da sua dor;
6.1. perceba as pessoas que estão além da sua dor;
6.2. perceba que a sua dor não é única;
7. ao encontrar seu monstro, não faça dele outro monstro;
8. não desista;
8. não desista;
9. acima de todas as coisas, ame quem você é;
10. agradeça.
10. agradeça.
-
Comentários
Postar um comentário