a caverna, o silêncio. - Parte 2

"uma certa noite, o frio se potencializou, um vento estranho me afrontou, foi então que me deparo com uma das visitas mais "confrontantes" de todas que haviam passado por lá até então, perguntei quem era, pois na escuridão eu não conseguia ver nem mesmo minhas mãos.
ele me respondeu com um risada."



a risada mais hostil que eu já ouvi, muito leve e sínica, respondeu: eu sou você, seu pior inimigo! eu realmente não tinha mais palavras, me deparei com um horrível monstro que havia dentro de mim, e que por ousadia insistiu em ficar.

em uma conversa muito séria, ele (eu) se mostrava cheio de vontades e gostos. sabia exatamente o que eu gostava, queria e não curtia.

respondia as perguntas que ele me fazia, até que uma hora não aguentei, criei forças de onde não sei e retruquei: você não sou eu! minha totalidade não é você! 

e naquele momento, eu entendi quem era aquele ser hostil, que atendia por vários nomes, ego - acusação - insegurança - auto suficiência - e outrora ainda se travestia de "perfeição".

esse foi o dia mais forte e intenso na caverna, eu estive cara a cara com meu maior inimigo. sempre pensei em demônios, potestades, e nunca tive a ideia de que o egoísmo era meu maior inimigo.

fiquei muito agitava e reflexiva depois que o ego apareceu, realmente não esperava que dentro da caverna eu teria um encontro comigo mesma. e foi nessa aflição e caos, que chegou alguém que me faria entender quem eu realmente era, e que me acalmaria. chegou então a essência.

extremamente cuidadosa, amorosa, paciente, risonha, temente e gentil. a voz dela era muito igual a minha, engraçado, rs. chegou de mansinho e se apresentou: "sou sua essência, sou um presente Dele pra você, sou quem você realmente é.".

e foi naquele momento que eu finalmente entendi como Ele me via e me fizera, entendi que eu deveria estar na caverna, e que aquele momento geraria algo intenso e necessário, geraria maturidade.

hoje, quando preciso voltar à caverna, vou por vontade própria. não tenho mais medo, tão pouco insegurança.

aconselho que você reflita, e se pergunte se chegou a hora de entrar na sua caverna. de fato, de todas as experiências em 22 primaveras, essa foi a mais marcante, a caverna, o silêncio.

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