a morte do ego

há tempos estava doente, começou a mostrar-se fraco desde que provou uma dose generosa de um remédio, no qual tinha na tarja "vitae cum Deo".  a partir disso, percebi que o mr. ego, que outrora se mostrava todo pomposo, cheio de manias e "quereres", estava desfalecendo, triste coitado, aquela força que ele gozava e amava mostrar a todos não era mais a mesma, tão pouco, forte como antes.

outro dia fomos ao hospital público, por nome "Ecclesia", e creio que havia um surto de egos doentes no local, pois todos diziam estar sentindo a mesma coisa. voltamos para casa e o mr. ego estava ainda pior, via em seu rosto a cara da morte, sabe como é?

lá no hospital, o Dr. Jeová nos receitou um remédio mais forte, Ele confirmou que após tomar daquele remédio, o futuro do mr. ego seria dado, e que o de certo aconteceria. após entender o que o Dr. Jeová receitara nada mais era do que doses mais fortes de "vitae cum Deo", fomos ler a bula, e lá dizia "Illum oportet crescere, me autem minui" (Ele deve crescer e eu diminuir). BUM! sabíamos que já deveria preparar um epitáfio pro mr. ego, que a essa altura do campeonato não tinha mais nada de mister, rs.

a dona alma tagarelava que nem doida, "salveeeem o ego", e o espírito educado e conciso, dizia: "morra, ego, morra". 

entre um ou dois suspiros, o ego morreu. desde então tenho percebido algo diferente após a morte dele, por incrível que pareça, no velório todas as pessoas riam, inclusive eu, rs. riam, riam e riam, como se celebrassem a morte do ego.

então, no meio do velório, houve uma manifestação escandalosa, houve um quebrantamento tal, haviam chegado no velório alguns convidados ilustres. chegou então, o Consolador, Dr. Jeová, Emanuel, o Senhor de cabelos brancos e olhos como fogo que havia viajado comigo, lembra? assim que chegaram até o local, não podíamos nos conter, vieram testificar a morte do ego e entregar em minhas mãos o atestado de óbito. 

Crédito da arte: João Marcos Aranha

morrera o ego. R.I.P (forever) ego, você durou tempo demais!